O que começou como uma simples abordagem de trânsito se transformou em um embate inesperado entre autoridade policial e política. Carlinhos Schiessl, o prefeito de Bela Vista do Toldo, no norte de Santa Catarina, protagonizou um episódio de grande repercussão após ser filmado em um momento de fúria, tentando intimidar um policial militar durante uma operação de rotina.

A cena se passou no centro da cidade, onde um motorista, que alegou ser amigo do prefeito, foi abordado pela Polícia Militar por trafegar sem cinto de segurança. Durante a checagem, o policial constatou que o licenciamento do veículo estava vencido e anunciou o reboque. Foi então que Schiessl, interrompendo a operação, se aproximou e tentou exercer sua influência para impedir a ação, indo além da defesa de um conhecido e se posicionando como superior à autoridade policial.

"Eu sou o chefe aqui, você está em Bela Vista e quem manda sou eu!", disparou o prefeito, enquanto se dirigia agressivamente ao PM, em uma demonstração de poder que tem gerado críticas em todo o estado. As palavras e o gesto de Schiessl, que bateu no próprio peito em um gesto de desafio, indicam uma postura de quem acredita estar acima das normas e das instituições, o que levanta questões sobre os limites da autoridade de um prefeito.

Esse episódio não apenas expõe a tensão entre a política local e os servidores públicos, mas também coloca em evidência o que muitos consideram ser um abuso de poder. No vídeo, o prefeito de Bela Vista do Toldo não demonstra intenção de dialogar ou resolver a situação de forma legal, mas sim de sobrepor sua vontade à ordem pública.

A reação das autoridades e da população

Em resposta, a Polícia Militar de Santa Catarina, em nota oficial, afirmou que a conduta do prefeito foi inapropriada, lembrando que ninguém, por mais alto que seja o cargo, pode se sobrepor às leis e aos procedimentos estabelecidos. O incidente, que rapidamente se espalhou nas redes sociais, gerou uma onda de indignação em diferentes setores da sociedade, que veem na atitude do prefeito uma tentativa de dar uma "carteirada" para garantir benefícios pessoais, ignorando a função fiscalizadora da polícia.

A Polícia Civil abriu um inquérito para apurar possíveis crimes de ameaça, abuso de autoridade e concussão (corrupção passiva) por parte do prefeito.