A alegação apresentada pelo prefeito Everson Meirelles de que o atraso na contratação dos novos guardas civis municipais estava relacionado a questões financeiras parece ter sido derrubada na última sessão da Câmara Municipal da Serra. Um parecer técnico independente, encomendado pelos próprios agentes aprovados no concurso, aponta que há recursos disponíveis para a nomeação imediata dos 138 novos guardas.

A revelação coloca a gestão municipal contra a parede e reforça as críticas da oposição, que já vinha questionando a falta de investimentos na segurança pública. Enquanto isso, a cidade enfrenta um crescimento alarmante da violência, com crimes cada vez mais ousados, como o recente assalto a uma agência bancária localizada ao lado da própria Câmara Municipal.

Vereador cobra providências: “A segurança pública não pode esperar!”

"O parecer financeiro diz que as contas do município estão saudáveis. Então, por que o prefeito não nomeia os 138 guardas civis municipais aprovados no concurso? A segurança pública não pode esperar!"

A frase do vereador Agente Dias, dita na última sessão da Câmara Municipal da Serra, ecoa como um ultimato à gestão do prefeito Everson Meirelles. Enquanto a cidade enfrenta uma onda crescente de violência, com assaltos cada vez mais ousados – como o recente roubo a uma agência bancária ao lado da própria Câmara –, a justificativa do governo municipal de que "não há orçamento para convocação" foi completamente desmontada.

O documento que desmente essa alegação não foi produzido pela Prefeitura, tampouco por adversários políticos, mas sim pelos próprios guardas municipais aprovados no último concurso. Sem respostas concretas da gestão municipal, eles se uniram, arrecadaram dinheiro e contrataram uma análise técnica das contas do município. O resultado? Um parecer que atesta que há recursos disponíveis para a nomeação imediata dos novos agentes.

Diante dessa revelação, a Câmara Municipal da Serra não pode se omitir. Se o orçamento está equilibrado, por que a segurança da população segue em segundo plano?

O que mais falta para a convocação dos novos guardas?

Na tribuna, Agente Dias foi incisivo ao cobrar providências e apontar a contradição da Prefeitura:

"Terminou o curso de formação, falaram que não poderiam nomear por conta do orçamento, e esse parecer aqui diz ao contrário."

Ou seja, a gestão Meirelles está jogando com a segurança pública. Há 138 guardas formados, treinados, prontos para atuar nas ruas e reforçar o combate à criminalidade, mas seguem impedidos de trabalhar.

A inércia da Prefeitura já tem impacto direto no cotidiano dos cidadãos. Segundo o vereador, o aumento da violência está cada vez mais evidente. Ele citou como exemplo um crime de grande repercussão que ocorreu há poucos dias:

"Esse final de semana, do lado da Câmara, assaltaram o SICOB, entraram de madrugada, não se sabe ao certo quantos milhares de reais levaram. Parece coisa de filme!"

A questão central agora é clara: se há dinheiro, por que os guardas não foram convocados?

Câmara Municipal precisa pressionar Meirelles por respostas concretas

A omissão do prefeito Everson Meirelles não pode mais ser ignorada. Se a justificativa oficial não se sustenta diante da análise financeira independente, cabe à Câmara Municipal exigir um posicionamento imediato.

Os vereadores precisam ir além dos discursos e transformar essa indignação em ação. O silêncio do prefeito sobre a segurança pública é uma afronta à população que sofre diariamente com a violência. A Serra não pode ser administrada com desculpas vazias e promessas quebradas.

A Prefeitura deve ser convocada para apresentar explicações detalhadas sobre os motivos reais do adiamento da nomeação. Se o orçamento está em dia, qual é a verdadeira razão para manter os guardas fora das ruas?