Na Serra, Espírito Santo, a movimentação política ganhou um novo capítulo com a aliança entre os vereadores Agente Dias (Republicanos) e Pr. Dinho (PL), que se uniram ao deputado Pablo Muribeca (Republicanos), ex-candidato a prefeito da cidade, com o objetivo de fortalecer a fiscalização da gestão pública. Essa articulação política, que também visa a próxima disputa estadual em 2026, levanta questões tanto positivas quanto negativas.

O que traz de positivo essa união?

A parceria entre os três políticos tem como base a fiscalização das ações da gestão municipal, um ponto frequentemente destacado pelos dois vereadores de oposição. Em um cenário onde a base governista domina a Câmara Municipal, a união de forças pode ser vista como uma tentativa legítima de trazer mais transparência à administração pública, forçando o governo local a prestar contas de suas ações.

• Reforço na fiscalização: Com o apoio de Pablo Muribeca, deputado e ex-candidato a prefeito, os vereadores de oposição Agente Dias e Pr. Dinho ganham visibilidade e, potencialmente, mais força política. A presença de Muribeca pode trazer maior credibilidade e repercussão às investigações e denúncias contra a gestão local.

• Mobilização popular: A ação conjunta entre os vereadores e Muribeca pode impulsionar o engajamento da população na fiscalização do poder público. Isso pode resultar em uma cobrança mais efetiva por parte dos cidadãos, que podem se sentir mais representados por essa oposição ativa.

• Estratégia política para 2026: A união pode ser também uma forma de preparar uma frente de oposição mais forte para as próximas eleições estaduais. Muribeca, apesar de ter sido derrotado nas últimas eleições para prefeito, mantém uma base de apoio considerável e pode usar essa articulação como uma maneira de reposicionar sua imagem e aumentar suas chances em futuras disputas.

Mas nem tudo é positivo: os pontos negativos da aliança

Apesar das intenções claras de fiscalizar e fortalecer a oposição, a presença de Pablo Muribeca nessa parceria levanta sérias dúvidas, especialmente devido ao seu passivo jurídico e ao seu histórico político.

• Acúmulo de condenações: Pablo Muribeca já soma R$ 520 mil em condenações por fake news e irregularidades eleitorais. Segundo informações, ele foi condenado por disseminação de informações falsas durante sua campanha, especialmente em relação aos adversários políticos. Além disso, Muribeca também acumula multas significativas por impulsionamento ilegal de propaganda e irregularidades eleitorais. Esse histórico pode comprometer sua imagem e gerar desconfiança tanto no eleitorado quanto em possíveis aliados políticos.

• Risco à elegibilidade: As multas e condenações de Muribeca podem prejudicar sua eligibilidade nas futuras eleições. Com os processos ainda em andamento e as condenações já estabelecidas, sua participação ativa nessa parceria pode ser vista como um risco, tanto para ele quanto para os vereadores que o apoiam. A presença de Muribeca como figura de destaque pode afastar eleitores mais críticos e gerar problemas legais para a sua candidatura em 2026.

• Falta de ação concreta: Apesar das intenções de fortalecer a fiscalização, ainda é incerto se essa aliança irá resultar em ações concretas ou se será apenas um movimento político sem efeitos práticos. Sem o apoio da maioria na Câmara, as ações da oposição podem ser facilmente barradas, limitando o impacto das investigações e denúncias.

Conclusão: Entre fiscalizar e construir imagem política

A união entre Agente Dias, Pr. Dinho e Pablo Muribeca representa um movimento estratégico para fortalecer a oposição e aumentar a fiscalização sobre a gestão municipal. No entanto, o envolvimento de Muribeca, com seu histórico de condenações e processos judiciais, pode gerar mais desconfiança do que confiança, afetando tanto sua própria imagem quanto a dos vereadores que o apoiam.

No final, o sucesso ou fracasso dessa aliança dependerá da credibilidade e ação concreta que ela puder gerar. Se conseguir transformar intenções em resultados palpáveis, poderá ser uma força importante na política local e nas disputas eleitorais vindouras. Caso contrário, corre o risco de se tornar apenas mais um movimento político sem impacto real.